Pegada ecológica
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Cada ser vivo necessita de uma quantidade mínima de espaço natural produtivo para sobreviver. Os humanos, neste e noutros aspectos, são semelhantes às outras espécies. Na verdade, a nossa sobrevivência depende da existência de alimentos, de uma fonte constante de energia, da capacidade dos vários resíduos que produzimos serem absorvidos e, assim, deixarem de constituir uma ameaça, bem como da disponibilidade de matérias-primas para os processos produtivos. Contudo, o consumo tem aumentado significativamente, bem como a população mundial, pelo que o espaço físico terrestre pode não ser suficiente para nos sustentar. Para assegurar a existência das condições favoráveis à vida que ainda hoje existe, teremos que viver de acordo com a capacidade do planeta, ou seja, de acordo com o que a Terra pode fornecer e não com o que gostaríamos que fornecesse…

Desenvolvimento Sustentável

Neste momento estamos a usar energia a uma taxa superior à sua capacidade de reposição. Para isso recorremos ao "capital natural" acumulado ao longo de milhões de anos, exaurindo-o. Ou seja, o nosso estilo de vida poderá ser insustentável. É por se ter chegado a essa consciência que recentemente se tem dado maior destaque ao conceito de Desenvolvimento Sustentável. Este termo define o progresso ou desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das futuras gerações satisfazerem as suas próprias necessidades.

Avaliar até que ponto o nosso impacto já ultrapassou o limite é, portanto, essencial, pois só assim seremos capazes avaliar se vivemos de forma sustentável. Foi assim que nasceu o conceito de Pegada Ecológica. Metaforicamente, a expressão refere-se à marca que cada um individualmente, ou os povos colectivamente, imprimem e deixam para trás na sua caminhada neste planeta. O termo é uma tradução do inglês ecological footprint e refere-se, em termos de divulgação ecológica, à quantidade de solo, água e recursos que seria necessária para sustentar as gerações actuais, tendo em conta todos os recursos materiais e energéticos gastos por uma determinada população.

Origem do conceito

O termo foi primeiramente usado em 1992 por William Rees, um ecologista e professor canadiano da Universidade de Colúmbia Britânica. Em 1995, Rees e o co-autor Mathis Wackernagel publicam o livro chamado Our Ecological Footprint: Reducing Human Impact on the Earth.

Criada por William Rees e Mathis Wackernagel, a Pegada Ecológica permite calcular a área de terreno produtivo necessária para sustentar o nosso estilo de vida. Foram escolhidas várias categorias de terrenos (agrícola, pastagens, oceanos, floresta, energia fóssil e construídos) e de consumo (alimentação, habitação, energia, bens de consumo, transportes, entre outros). Cada categoria de consumo – que pode ser mais ou menos desagregada – é convertida numa área de terreno (em princípio de uma das categorias apresentadas) por meio de factores calculados para o efeito. No caso da alimentação, por exemplo, o cálculo é simples: basta dividir o consumo de dada cultura agrícola (expresso em toneladas, por exemplo) pela produtividade da terra (expressa em toneladas por hectare). É ainda necessário ter em conta as importações e exportações desse mesmo produto ou de produtos que o utilizem. A estimativa da Pegada Ecológica do queijo, por exemplo, é obtida convertendo a produção de queijo em equivalentes de leite (em média, 10 litros de leite são necessários para 1 quilo de queijo). Note-se que as diversas áreas obtidas não representam os verdadeiros usos do solo, mas antes os usos teóricos resultantes do cálculo da pegada.

Somando as várias pegadas parcelares obtemos um valor global que representa uma área produtiva capaz de repor, pelo menos em teoria, o capital natural por nós consumido. Esta área pode ser comparada com o espaço efectivamente existente (chamado “biocapacidade”), concluindo-se assim da sustentabilidade do sistema.

A pegada ecológica é actualmente usada ao redor do globo como um indicador de sustentabilidade ambiental. Pode ser usado para medir e gerir o uso de recursos através da economia. Costuma ser usado para explorar a sustentabilidade do estilo de vida de indivíduos, produtos e serviços, organizações, sectores industriais, bairros, cidades, regiões e nações.

A pegada ecológica de uma população tecnologicamente avançada é, em geral, maior do que a de uma população subdesenvolvida.

Minuto Verde

Minuto Verde, da autoria da Quercus, é uma rubrica permanente que integra o Bom Dia Portugal, programa informativo da RTP1. Lembramos aqui um desses breves programas que esclarecem o conceito de Pegada Ecológica.

A sua pegada ecológica

14 de Outubro de 2007
Descubra como o seu estilo de vida está a afectar o planeta. Calcule a sua pegada ecológica. Que modificações à forma como vive poderiam reduzir essa pegada ?

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