A maioria dos construtores têm optado por usar as placas OSB para revestir e reforçar a estrutura. Estas placas estruturais são compostas por lâminas de madeira orientadas. Daí o nome: OSB - Oriented Strand Board, ou seja, Placas de Partículas Orientadas. É portanto um aglomerado de partículas de madeiras longas e orientadas, com características similares aos dos chamados sistemas estruturais em madeira lamelada colada.
Existem diversas marcas de placas de OSB. Tal como acontece com as placas de gesso laminado, OSB é uma designação genérica das placas que são produzidas por diversos fabricantes mundiais sob diversas marcas.
Matéria prima
A madeira usada na produção de OSB incluem espécies tais como o choupo, o abeto e o pinheiro. Segundo Pontífice de Sousa (1990), as espécies mais usadas no fabrico de estruturas lameladas-coladas na Europa, são o espruce (Picea abies), o abeto (Abies alba), a casquinha (Pinus sylvestris) e a pseudotsuga (Pseudotsuga menziessi). O mesmo autor refere também que, nos Estados Unidos da América, as espécies mais utilizadas são a pseudotsuga e o pitespaine, que abrange um conjunto de espécies designadas naquele país por “Southern Pine” (Pinus palustris, Pinus elliottii, Pinus echinata e Pinus taeda).
As placas OSB comercializadas pela LivePlace by Palegessos, da marca Kronopol, são produzidas maioritariamente de madeira de pinheiro. A adequação do pinho bravo para o fabrico de estruturas lameladas-coladas é reconhecida na norma EN 386 (2001).
Processo de fabrico
As excelentes características do OSB resultam directamente da especificidade do seu processo de fabrico.
Após o abate das árvores, os troncos sem ramos e folhas, são transportados e descascados. A casca será usada como combustível na própria fábrica. Seguidamente, os troncos são submetidos à acção de diversas lâminas que arrancam pequenas lamelas até cerca de 10 cm de comprimento. Estas partículas são então secas e misturadas com resinas e cera. As placas adquirem assim uma excelente resistência à humidade graças a uma colagem efectuada com as mais modernas resinas de síntese. As lamelas de madeira são dispostas em camadas e cada camada é orientada de forma diferente, de modo a maximizar a resistência e a estabilidade do painel. Este colchão é submetido a condições de pressão e temperatura muito elevadas. A triagem das lamelas com vista à eliminação das mais finas, a prensagem e a “cozedura” progressiva do painel numa prensa em contínuo conferem às placas qualidades mecânicas notáveis.
Ao sair da prensa, as placas de grandes dimensões são então cortadas nas medidas standard, obtendo-se um painel estruturalmente denso, muito resistente, dimensionalmente estável e muito durável. Finalmente, após o correcto acondicionamento, as paletes estão prontas para o transporte.
Durabilidade e resistência aos ataques biológicos
Os construtores de LSF em todo o mundo recorrem usualmente às placas OSB para revestimento estrutural do esqueleto metálico dos edifícios. Assim, estas placas não são meramente decorativas, possuindo funções estruturais passíveis de cálculo de engenharia. A Futureng recorre aos Eurocódigos para calcular o tipo de placas OSB a aplicar no projecto, nomeadamente a sua classificação e durabilidade, classes de risco e de serviço, espessura, juntas, montagem e fixação aos perfis metálicos.
- Ver artigo: Durabilidade das placas OSB
Aplicação
Tal como referido acima, as placas OSB são amiúde escolhidas para constituir o revestimento estrutural no sistema LSF. Ao desempenhar essa função, não servem apenas para revestir a estrutura pelo exterior. Elas realmente contribuem para a resistência estrutural do inteiro edifício e, assim, as suas características são levadas em conta no dimensionamento e cálculo de engenharia.
Em obra, as placas OSB mostram ser bastante versáteis sendo fáceis de cortar e de fixar através de parafusos. Além disso, as placas estão preparadas para resistir às intempéries durante o processo de construção. O seu baixo peso torna fácil o seu transporte durante o período de construção. Apesar de ser basicamente um revestimento estrutural, as placas OSB contribuem também para os excelentes níveis de isolamento térmico do edifício. Depois de colocadas, o revestimento serve também de base para a fixação dos materiais de acabamento das fachadas.
Em face da importância do revestimento estrutural, a Futureng recomenda extremo cuidado na escolha, manuseamento e aplicação das placas escolhidas. Visto que este revestimento é considerado parte integrante da estrutura e desempenha funções de grande importância no seu desempenho, as características destas placas, nomeadamente as das mais utilizadas (OSB), estão sujeitas à legislação prevista nos Eurocódigos, tal como acontece com o aço galvanizado. As placas de OSB podem ser usadas para diversos fins, daí que haja necessidade de verificar se as que o construtor aplica se adequam às exigências estruturais a que serão sujeitas.
OSB vs. outras placas estruturais
Quando comparadas com outras placas estruturais existem vantagens e desvantagens a ponderar.
Placas DURELIS®
O painel Durelis® é um aglomerado de partículas com resinas de melamina-ureia-formaldeído (MUF), versátil e resistente à humidade, adequado para aplicações de suporte de carga. Pode ser usado como alternativa ao OSB tendo menlhor desempenho em ambientes com alto nível de humidade atmosférica.
- Ver artigo: Durelis®
Contraplacado
O OSB permite obter resultados similares ao contraplacado a um custo mais baixo. Possui, mesmo, algumas características importantes que o tornam superior ao contraplacado, tais como a sua uniformidade, a ausência de nós, a resistência à delaminação, à deformação e à ruptura e, não menos importante, o seu reduzido impacto sobre os recursos florestais. O contraplacado é seguramente um produto de elevada qualidade, disponível numa ampla e diversificada gama para vários tipos de utilizações. Mas o OSB também! De facto, o OSB pode desempenhar perfeitamente a mesma função e com custos mais baixos.
Placas cimentícias
O termo placa cimentícia costuma definir um painel compósito, de superfícies planas, composto de uma mistura de partículas de madeira e cimento Portland, comprimida e seca, podendo ainda ser reforçado com fibras. São placas produzidas industrialmente, com alto padrão de qualidade e prontas para a aplicação em obra.
- Ver artigo: Placas cimentícias
Classes de OSB
A norma EN 300 define cada uma das 4 classes de OSB em função do respectivo ambiente de utilização e das respectivas características mecânicas e propriedades físicas:
- OSB/1 - Placas para usos gerais, incluindo decoração interior e mobiliário, em ambiente seco
- OSB/2 - Placas para fins estruturais, em ambiente seco
- OSB/3 - Placas para fins estruturais em ambiente húmido
- OSB/4 - Placas para elevado desempenho estrutural em ambiente húmido
Assim, o OSB/2 é utilizável em ambiente seco conforme determinado pela classe de serviço 1. O OSB/3 é utilizável em ambiente húmido conforme determinado pela classe de serviço 2. Nas estruturas LSF apenas as duas últimas classes podem ser usadas, sendo comum a aplicação de OSB/3.
Ao desempenhar a tarefa de revestimento estrutural, as placas OSB não devem ficar expostas aos elementos. A sua superfície exterior deverá receber acabamento, tal como o ETICS. No caso de fachadas ventiladas, o OSB deverá receber uma impermeabilização adequada.
Caso as placas OSB sejam escolhidas como acabamento final, as superfícies expostas e as juntas deverão ser devidamente tratadas. Usualmente, nestas funções de mero revestimento exterior, apesar de menos exigentes que as funções estruturais, também deverá ser usada a classe adequada.
- Ver mais informação no artigo: Durabilidade das placas OSB
OSB e a sustentabilidade
O OSB é constituído a 100% por madeiras resinosas provenientes de plantação propositada para o efeito e exploradas no âmbito de uma gestão florestal sustentada ou de clareiras abertas por exigências de bom desenvolvimento das florestas. O procedimento industrial garante um dos mais elevados rendimentos de aproveitamento das matérias primas (90% do tronco é convertido em OSB). A casca, a serradura e as farpas são valorizadas em produção energética ou utilizadas no fabrico de painéis de partículas. Por outro lado, os resíduos de corte e os painéis recusados podem ser utilizados em caldeiras industriais de biomassa.
Como todos os derivados de madeira, as placas OSB respeitam os conceitos de sustentabilidade e eco-eficiência:
- contribuem para a minimização das alterações climáticas, actuando como armazéns de carbono de longa duração
- são alternativas muito económicas e estáveis à utilização de madeira maciça
- exigem menos energia no fabrico do que outros materiais de construção
- é um material completamente reciclável
Fornecedor nacional
A Futureng recomenda a Liveplace como fornecedor nacional das placas OSB, bem como de muitos outros materiais de construção. A empresa tem um conhecimento aprofundado do sistema LSF bem como das necessidades do mercado nesta área. Possui instalações em vários pontos do país com distribuição para todo o território nacional.
- Saiba mais aqui: Liveplace
Documentos técnicos
Kronoply
Apresentamos abaixo alguma documentação técnica sobre o OSB Kronoply, uma das marcas mais aplicadas nas obras LSF em Portugal.
Placas para revestimento da estrutura
Neste site, a expressão placas estruturais refere-se a painéis que possuem características que lhes permitem conferir rigidez à estrutura do edifício, resistindo às cargas e às acções previstas. Outras placas aplicadas pelo interior ou pelo exterior, podem ter a função de apenas revestir a estrutura mas exigindo outros métodos de contraventamento.
Para saber mais sobre as placas que revestem a estrutura metálica, consulte o seguinte artigo:
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