Impermeabilizar é uma técnica que consiste na aplicação de produtos específicos com o objectivo de proteger as diversas áreas de um imóvel contra a acção da água que pode ser proveniente da chuva, lavagens, banhos ou outras origens. Infelizmente, a impermeabilização é um dos aspectos a que se dá menos atenção numa obra, sendo que os resultados são nefastos: infiltrações, humidade, proliferação de fungos, má qualidade do ar, danos no mobiliário e equipamento e, acima de tudo, efeitos prejudiciais na saúde.
Consideremos uma cobertura de telha cerâmica: cada metro quadrado recebe cerca de onze telhas. Imagine quantas juntas isso representa. Mesmo que as telhas sejam de excelente qualidade, podem ocorrer fissuras especialmente se estiverem expostas a grandes variações de temperatura, tal como acontece quando o sol aquece após uma madrugada fria. Também, no caso de pendentes pouco inclinadas, o vento pode provocar infiltrações entre as juntas. A acção dos pássaros e dos gatos, por exemplo, também pode resultar na entrada de água numa cobertura. Estas infiltrações podem resultar num lençol de água sobre a laje de esteira que será absorvida pouco a pouco. Com o passar dos anos, é habitual notar-se manchas nos tectos que permitem localizar as vigotas de betão pré-esforçado ou outros elementos estruturais. Isto deve-se ao facto destes elementos terem absorvido humidade acumulada na superfície superior ou produzida pela respiração dos habitantes, sendo que os fungos passam a desenvolver-se nestas zonas mais húmidas. Também, estas infiltrações invisíveis vão lavando as paredes, por capilaridade, fazendo com que os sais das areias se depositem em certas zonas, provocando manchas. Todos estes efeitos podem levar muitos meses ou anos a tornar-se visíveis.
No caso de um edifício LSF, as infiltrações são imediatamente notadas. Ou seja, existindo uma infiltração, esta ensopa os materiais de isolamento, tal como a lã mineral, e por sua vez aparecem manchas nas placas de gesso, tudo isto numa questão de horas. Assim, convém que fique claro que o problema das infiltrações não está no sistema construtivo escolhido, mas sim na deficiente impermeabilização. Só que no caso da alvenaria os efeitos podem levar anos a ser detectados e provavelmente só após causarem danos irreparáveis.
Assim, a Futureng recomenda a criteriosa selecção de materiais de impermeabilização. No caso das coberturas inclinadas, sobre o OSB e o isolamento térmico recomendamos a aplicação de subtelhas ou membranas impermeáveis e transpiráveis. O mesmo poderá ser aplicado no desvão entre uma cobertura metálica e o revestimento da laje de esteira, sem esquecer a necessária ventilação para minimizar o risco de condensações.
No caso de coberturas planas sugerimos que se utilizem materiais de marcas conceituadas que forneçam acompanhamento técnico na aplicação. Vários construtores têm optado por aplicar tela betuminosa, cola elástica à base de poliuretano ou membrana bicomponente à base de poliureia.
Sempre que o reboco térmico é interrompido, tal como junto a cantarias, lembramos a necessidade de se aplicarem mastiques para a selagem de juntas. E nas caves e fundações, sugerimos a aplicação de sistemas de drenagem e de telas drenantes. É evidente que estes conselhos deveriam ser aplicados em qualquer obra, seja qual for o método construtivo utilizado. Na verdade, a construção LSF apresenta uma "desvantagem" para o construtor. Se a impermeabilização for mal feita ou os produtos aplicados forem de má qualidade as infiltrações surgem imediatamente. Assim, exige-se ainda mais rigor nesta área. Naturalmente, em todas as outras áreas também se deverão escolher materiais de boa qualidade e de baixa manutenção.
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